vacaestresse pelo calor pode prejudicar o desempenho produtivo e reprodutivo dos bovinos leiteiros, provocando grande impacto econômico no sistema de produção. Algumas consequências que este estresse pode provocar: redução no consumo de matéria seca, queda na produção de leite e perdas reprodutivas (alteração no comportamento sexual, redução no tempo de estro, na taxa de concepção, na qualidade de folículos e ovócitos, no desenvolvimento embrionário e na qualidade do sêmen). 

Dentre os métodos reprodutivos existentes, a monta natural e a inseminação artificial (IA) são os mais empregados, sendo a monta natural determinada pelo acasalamento direto do macho com a fêmea bovina e a IA pela deposição manual do sêmen no aparelho genital da fêmea. Como em ambientes com altas temperaturas pode ocorrer a queda no desempenho reprodutivo, é importante considerar o estresse térmico na escolha do método de reprodução com objetivo de maximizar o desempenho. A IA tornou-se uma alternativa a monta natural em períodos quentes do ano, uma vez que, a queda na qualidade do sêmen pode ser evitada quando este é congelado. Porém, a monta natural ainda é um método bastante empregado em sistemas de produção leiteiros, devido a facilidade no manejo.

Schüller, Burfeind e Heuwieser (2016), conduziram uma pesquisa em uma fazenda comercial de gado leiteiro na Alemanha, e determinaram a influência da exposição ao estresse por calor por períodos curtos (um dia antes) e longos (até 21 dias antes) sobre a taxa de concepção de vacas Holandesas inseminadas e cobertas por monta natural controlada. Os autores utilizaram o Índice de Temperatura e Umidade, que avalia o efeito combinado da temperatura com a umidade do ar, assumindo valor ≥73 como indicativo de estresse por calor.

O período longo de estresse por calor reduziu em 32,4% a concepção de vacas inseminadas artificialmente em comparação com o conforto térmico. Quando foi utilizada a monta natural controlada, a taxa de concepção não foi influenciada pelo estresse por calor por períodos curtos ou longos nas vacas. O uso da monta natural pode aumentar o desempenho reprodutivo do rebanho, uma vez que os touros podem detectar melhor o estro em relação ao homem (Lima et al., 2009), o que demonstra a necessidade de treinamento de mão de obra na IA evitando, assim, que ocorram erros na detecção de cio.

Os resultados desse estudo confirmam que o estresse pelo calor por longos períodos antes do dia da inseminação leva a redução do número de folículos, da concentração de estradiol e emergência mais precoce do folículo dominante. Além disso, reforçam a hipótese de que as condições meteorológicas devem ser levadas em consideração para aprimorar os programas de inseminação de fazendas leiteiras. 

Portanto, conclui-se que vacas submetidas a longos períodos de estresse por calor antes da inseminação reduzem a taxa de concepção. O ambiente térmico nas fazendas leiteiras deve ser analisado ao selecionar estratégias de melhoramento para otimizar a IA. Para minimizar o estresse por calor pode-se utilizar sombreamento (natural e/ou artificial), instalações providas de ventiladores, aspersores ou nebulizadores, fornecimento de água limpa e à vontade e de alimento de boa qualidade em horários mais frescos do dia, evitando assim aglomerações dos animais.

(*) Por Laura Ferrari Monteiro Varanis e Karla Alves Oliveira

Fonte: www.milkpoint.com.br

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