A semana deve ser marcada pela forte influência do Bloqueio Atmosférico no centro do Brasil, impedindo a formação das nuvens carregadas e a chegada de instabilidades. A atuação desse bloqueio resultará numa condição de tempo absolutamente seco entre áreas de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

 

Além de impedir as chuvas, esse bloqueio também contribui com a manutenção da onda de calor e secura sobre o Brasil central. Essa condição também deve se prolongar além dos próximos 7 dias, como indicado na previsão de médio prazo – considerando os próximos 15 dias.

Já na região sul, o avanço de uma frente fria, posteriormente reforçada por sistemas de baixa pressão, deve trazer uma nova rodada de instabilidades, com possibilidade de queda nas temperaturas. Embora os volumes previstos não sejam extremos, a condição do solo encharcado pode resultar em novamente na elevação dos níveis do rios, dificultando as operações de recuperação e limpeza na região.

Já na região Norte e Nordeste, as instabilidades seguem concentradas na faixa norte da região, associadas à Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) que ainda mantém sua influência na região, promovendo acumulados acima dos 250 mm em alguns setores. No leste do Nordeste também são esperadas chuvas mais regulares, devido às instabilidades conhecidas como Ondas de Leste.

 

No Agro

As lavouras de milho safrinha e trigo no cerrado brasileiro devem sentir os efeitos da falta de chuvas ao longo desta semana, com o trigo ainda sendo semeado na região e as lavouras mais adiantadas atingindo a floração. Além da estiagem, as temperaturas mais elevadas devem encurtar o ciclo da cultura, possivelmente resultando na redução do potencial produtivo do trigo na região.

Já as lavouras de algodão, que estão em maturação, devem se beneficiar das condições de tempo mais seco. Embora, aquelas ainda em floração devem sentir os efeitos do estresse térmico e hídrico.

Na região sul, especialmente sobre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a previsão de chuvas ao longo desta semana deve ser um complicador nas operações de campo. Muitas áreas ainda fazendo o levantamento dos danos causados pelo evento de extremo climático da ?ultima semana podem receber chuvas ao longo desta próximas semana.

No que se refere à armazenagem, a alta umidade relativa é uma preocupação crítica, pois pode promover o desenvolvimento de patógenos e deterioração dos grãos armazenados. Isso exige uma gestão eficaz da ventilação e do controle de temperatura nos armazéns, além da implementação de técnicas de secagem adequadas para garantir a conservação da qualidade dos produtos agrícolas.

 

VEJA O MAPA E AS TABELAS DE PREVISÃO

Sul:  

Rio Grande do Sul e Santa Catarina, espera-se que as condições sejam mais secas durante segunda e terça-feira. Esta pausa nas precipitações oferece um breve respiro após uma série de chuvas intensas da semana anterior.

A partir de quarta-feira, a situação começa a mudar com a aproximação de uma nova frente fria. Esta frente fria deve trazer chuvas já na noite de terça-feira no extremo sul do estado gaúcho. A previsão indica que esta frente avança gradualmente, alcançando também Santa Catarina na quinta-feira.

Além da frente fria, um cavado – região alongada de baixa pressão – está previsto para atuar sobre o Rio Grande do Sul na sexta-feira, potencializando a ocorrência de novas instabilidades. Estas são esperadas para ser moderadas, mas dada a recente saturação do solo e os danos prévios causados pelas chuvas, qualquer nova precipitação eleva o risco de mais incidentes.

 

Em termos de temperaturas, espera-se a aproximação de uma massa de ar frio após o avanço da frente fria, com possibilidade de temperaturas na casa dos 6 a 8°C na fronteira sul. Contudo, esse frio deve ficar confinado em áreas do sul, pois sobre o norte do Paraná a condição segue com temperaturas elevadas e baixos índices de umidade.

 

Sudeste  

São esperadas temperaturas acima da média para o período em grande parte dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Este cenário é resultado da persistência de um bloqueio atmosférico, impede a formação de nuvens carregadas e a chegada das chuvas. 

Assim, não apenas as temperaturas se mantêm elevadas, mas a umidade relativa do ar pode cair, aumentando o desconforto e os riscos associados a incêndios, estresse nas lavouras e nos animais.

Pequenas variações são esperadas em áreas mais litorâneas, como no leste do Estado de São Paulo e Rio de Janeiro, onde chuviscos podem ocorrer, especialmente durante as madrugadas e manhãs, devido à umidade trazida pelos ventos oceânicos. No entanto, estas serão precipitações de baixa intensidade e não suficientes para alterar significativamente o quadro geral de seca.

 

Centro-Oeste 

As temperaturas continuarão elevadas, resultando em um tempo predominantemente seco e quente em estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e o Distrito Federal. Nenhuma chuva significativa é esperada devido à presença do bloqueio atmosférico, que atua inibindo a formação de nuvens de chuva e impedindo a chegada das instabilidades.

Contudo, algumas chuvas associadas às instabilidades da floresta Amazônica podem avançar até o extremo norte de Mato Grosso, mas com previsão de chuvas irregulares e com baixos volumes, concentradas na grande região de Alta Floresta.

A falta de chuva e as temperaturas mais elevadas contribuem para um aumento nas condições de estiagem, o que vem limitando o desenvolvimento do milho safrinha e pode afetar a emergência e desenvolvimento inicial das lavouras de trigo.

 

Nordeste  

No litoral leste do Nordeste, desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Norte, as instabilidades conhecidas como ondas de leste, trazem a umidade do oceano, resultando em chuvas regulares. Essas precipitações tendem a ser moderadas e podem ocorrer principalmente nos finais de madrugada e início das manhãs. 

Além disso, áreas mais ao norte do Nordeste, particularmente em estados como Maranhão, Piauí, e parte do Ceará, poderão experimentar chuvas decorrentes da ZCIT. Essas precipitações podem ser intensas resultando em acumulados de até 200 mm ao norte do Maranhão.

Por outro lado, no interior do Nordeste, o tempo deve ser seco e as temperaturas nessas áreas podem se elevar devido à menor presença de nuvens, contribuindo também com a redução dos índices de umidade relativa do ar.

 

 

Fonte: Agrolink

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