Uma pesquisa inovadora da Universidade de São Paulo (USP) analisou as interações entre morcegos e suas moscas ectoparasitas para compreender e mitigar o risco de doenças infecciosas emergentes. O estudo, intitulado “BatFly: A database of Neotropical bat–fly interactions”, compilou dados de 174 artigos ao longo de mais de um século, abrangendo 650 localidades nos Neotrópicos, incluindo México, Brasil, Argentina, sul dos EUA e Colômbia.

 

A tese de doutorado de Natalya Zapata-Mesa, aluna da USP, deu origem a este trabalho, que resultou em um banco de dados com 3.984 registros de interações de ectoparasitismo entre 237 espécies de morcegos e 255 espécies de moscas, proporcionando uma visão abrangente dessas relações complexas.

Os morcegos desempenham um papel crucial em doenças infecciosas emergentes devido à diversidade ecológica, especialmente em interações com moscas ectoparasitas. As moscas, Streblidae e Nycteribiidae, têm uma história evolutiva intrincada com os morcegos, exibindo adaptações complexas. São específicas de hospedeiros, parasitando geralmente uma a três espécies de morcegos. 

O estudo identificou espécies-chave de morcegos e moscas, como Carollia perspicillata e Trichobius joblingi, compilando dados de interações em um banco de dados organizado. Esse recurso abrange questões científicas variadas, como especialização ecológica, transmissão de patógenos e determinantes da prevalência de parasitas.

 

A equipe espera que o BatFly abra novos caminhos na compreensão das interações entre morcegos e moscas, explorando aspectos e escalas ecológicas. O banco de dados possibilitará investigações sobre diferenças regionais na prevalência de moscas, determinantes ecológicos dessas variações e a diversidade de padrões de especialização entre as espécies de moscas na Neotrópica. Além disso, o BatFly é visto como um catalisador para pesquisas sobre o impacto das mudanças climáticas e do uso da terra nas interações hospedeiro-parasita, contribuindo para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 da ONU: Saúde e Bem-Estar.

Fonte: Agrolink

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