A tensão se avolumava desde novembro de 2021. Há quem diga que desde 2014 um possível conflito entre Rússia e Ucrânia era posto como algo que se aproximaria a uma terceira guerra mundial. No dia 24 de fevereiro, contudo, enquanto muitos acreditavam que o diálogo entre as potências seria o suficiente para evitar o embate, a invasão aconteceu.

“A suspensão das entregas do fertilizante cloreto de potássio, originário da Rússia, comprometerá nossa produção e produtividade agrícola”, disse a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) após suspensão ordenada pelo Kremlin. Atualmente, o Brasil importa mais de 90% do potássio que consome, e cerca de 30% vêm da Rússia.

Em meio ao medo de o Brasil entrar no conflito após a visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia uma semana antes da guerra ser deflagrada, uma outra consequência, essa mais palpável, era posta: os impactos da guerra em nossa economia.

Além da plantação de commodities destinadas à exportação, os alimentos para consumo interno também serão afetados. A subida de preços, que já vinha ocorrendo ao longo da pandemia, deve se intensificar. Tudo ficará, mais uma vez, mais caro.

Porém, a solução para o agronegócio driblar a queda na importação de fertilizantes pode estar dentro do próprio Brasil. Nesta reportagem, Ecoa conta sobre uma solução mais barata, mais sustentável e nacional.

O pó que vem das rochas

“São materiais já disponíveis, são eficientes, não trazem problemas ambientais como contaminação do solo e da água e ainda podem sequestrar CO2 e armazená-lo”. É assim que Suzi Huff Theodoro, geóloga e professora da Universidade de Brasília, define o pó de rocha.

Como o próprio nome já diz, o pó de rocha é um composto de rochas moídas que, quando acrescentadas ao solo, funciona como fertilizante, ou seja, oferece nutrição às plantações. O comércio desses remineralizadores, como também são conhecidos, foi viabilizado pela lei nº 12.890, de 10 de dezembro de 2013.

“Como a rocha é um bem natural, ela precisa passar por um processo de extração, e não é qualquer rocha que pode ser utilizada. Ela precisa ser rica em uma série de nutrientes”, explica a geóloga. “Assim, os remineralizadores atendem do agronegócio à agricultura familiar porque os preços são mais acessíveis e porque é mais fácil de extrair”, completa.

A pesquisadora diz que pequenas e médias empresas de mineração que já exploram rochas que servem como remineralizadores de solo podem atuar no ramo, basta obter registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Isso impediria, por exemplo, o risco ambiental de novas extrações de rocha.

Fonte: https://www.uol.com.br/ecoa

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